Enquanto para alguns o ano só começa após carnaval, para os profissionais em busca de uma recolocação no mercado, este pode ser o momento ideal para dar aquela guinada na carreira. Como muitas companhias aproveitam o início do ano para fazer uma reestruturação empresarial, há inclusive um aumento da oferta de oportunidades, independentemente da sua profissão, da área em que atua, posição que ocupa ou cargo que almeja alcançar. No entanto, é claro, o nível de exigência por experiência, qualificação técnica, habilidades e competências aumenta consideravelmente conforme o posicionamento desejado na hierarquia empresarial.
Neste cenário, para ser considerado como a melhor opção de contratação para liderar uma companhia, é primordial que o executivo adote um conjunto de estratégias, especialmente no setor financeiro, um dos mais impactados pelos avanços tecnológicos como a presença crescente das Inteligências Artificiais (IAs). Liderança, visão estratégica global, capacidade de adaptação, experiência em ESG (Environmental, Social, Governance), habilidades interpessoais e flexibilidade, permanecem na lista de atributos essenciais, mas as empresas esperam mais. Por isso, os profissionais que se mantêm informados sobre as tendências emergentes, que estão dispostos a participar de programas de recolocação, os chamados outplacement, e que investem em seu desenvolvimento contínuo, têm maior chance de sucesso.
Com mais de 20 anos de atuação na área financeira de grandes empresas, diretor, CFO e ex-conselheiro de Administração da Usiminas, Fabrício Debortoli, afirma que o foco na evolução digital é fundamental em qualquer processo de gestão de companhias, tanto na alta administração quanto no mundo executivo. “A influência da inovação tecnológica na carreira dos executivos é um caminho sem volta. Todos nós precisamos estar nos aperfeiçoando e acompanhando o que a tecnologia nos traz, para não ficarmos à mercê de um mundo ultrapassado”.
Entre os impactos provocados pela adoção do online e das IAs, Debortoli destaca a redução no tempo de resposta que trouxe mais velocidade nas interações na mesma medida em que se espera cada vez mais agilidade dos executivos na tomada de decisão. Para ele, a evolução tecnológica é um “lubrificante pra engrenagem. Quanto mais conhecimento, mais agregamos valor nas nossas carreiras para enfrentar esse mundo tecnológico de inovação, e cada vez mais, nós executivos, vamos estar na vanguarda de projetos e de grandes corporações, fazendo a diferença e formando uma equipe altamente competitiva”.
De acordo com uma pesquisa da McKinsey, que faz parte do grupo das três maiores consultorias estratégicas do mundo, 70% das empresas já utilizam alguma forma de IA em seu modelo de negócios, sendo que 47% das organizações no setor de serviços financeiros já incorporaram IAs para otimizar as operações.
Rumos da carreira: Prenúncio de crise ou oportunidade?
Um estudo da PwC, network de firmas presente em 155 países, revela que até 2030, cerca de 38% das funções executivas podem ser parcialmente ou completamente automatizadas, principalmente nas áreas de marketing, finanças e operações. Já a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que cerca de 14% dos empregos em países desenvolvidos estão em risco devido à automação, e 60% dos trabalhadores precisarão de requalificação até 2030 para se adaptarem às novas demandas do mercado.
À primeira vista, as estatísticas parecem anunciar um cenário desanimador. Porém, um olhar mais apurado nos permite inferir que, para os executivos que encaram as mudanças como aliadas, os rumos da carreira apontam para um futuro promissor. Tanto é que o estudo da PwC enfatiza que a automação prevista pode liberar os executivos para tarefas mais estratégicas e criativas, permitindo-lhes focar em inovação e desenvolvimento de novos negócios.
O segredo é estar aberto às inovações tecnológicas, mudanças de perspectiva e cultivar uma mentalidade de crescimento. Afinal, enquanto a maioria dos executivos em busca de recolocação no mundo das finanças mira apenas nas grandes companhias, há uma gama de empresas de menor porte com um potencial exponencial. Se a tão sonhada oportunidade de recolocação profissional ainda não se materializou no seu caminho, mesmo investindo em networking e consultorias de carreira, no lugar de continuar a insistir em submeter seu currículo apenas a multinacionais e grandes companhias, em que a concorrência é maior, quem sabe não está na hora de apostar em outras empresas? Ao entrar com o seu know-how você pode ser responsável por levar a companhia a um outro patamar e transformar essa parceria em um case de sucesso.