Para entender como a sustentabilidade influencia as decisões de carreira e as práticas corporativas, o Economist Impact, think tank do The Economist Group, entrevistou 630 profissionais de empresas de diferentes portes nos principais centros financeiros globais, como Londres, Nova York, Singapura, Sydney e Tóquio. A pesquisa aponta que mais de 40% dos executivos seniores consideram a reputação ESG da empresa um fator determinante ao buscar novas oportunidades de trabalho, enquanto apenas 24% dos funcionários juniores compartilham dessa visão. O levantamento também revela que 43% dos líderes aceitariam um corte salarial para trabalhar em empresas com forte compromisso ambiental, número que cai para 18% entre os funcionários em início de carreira.
O relatório, intitulado “Transitioning to Sustainability: Employee Perspectives on Workplace Practices” destaca que embora a preocupação com ESG seja mais expressiva entre executivos mais experientes, a tendência é que o tema ganhe relevância na atração de talentos nos próximos anos. Atualmente, 18% dos líderes e 14% dos funcionários juniores consideram ESG um fator prioritário na atração de talentos para as empresas nos próximos 12 a 18 meses. Esse percentual sobe para 25% nos próximos 3 anos e 22% dentro de cinco anos.
O estudo também revela que 80% dos entrevistados, independentemente do nível hierárquico, acreditam que a capacitação e o treinamento em práticas sustentáveis são essenciais para avançar nas metas ambientais. Outros aspectos valorizados incluem o bem-estar dos funcionários e a diversidade de gênero e etnia no ambiente corporativo. “Enquanto os executivos definem as estratégias ESG, os funcionários juniores lidam com a realidade operacional e possuem percepções valiosas para a implementação eficaz. Empresas que envolvem colaboradores em todos os níveis estarão melhor posicionadas para impulsionar mudanças reais e duradouras”, afirma o diretor de Políticas e Insights do Economist Impact, Jonathan Birdwell.
A pesquisa também identificou diferenças na percepção de desafios para a sustentabilidade no ambiente de trabalho. Entre os executivos seniores, 27% apontam os impactos financeiros como a maior barreira, enquanto 47% dos funcionários juniores destacam a falta de engajamento da liderança. Ambos os grupos concordam que a ausência de metas claras e a complexidade das regulamentações ambientais dificultam avanços.
Em relação ao incentivo à sustentabilidade, 48% dos entrevistados disseram que suas empresas oferecem treinamentos sobre práticas ambientais, 53% promovem opções de transporte sustentável e 36% apoiam iniciativas lideradas por funcionários. No entanto, apenas 7% afirmam que suas organizações integram metas ambientais nas avaliações de desempenho, o que pode limitar o engajamento efetivo dos colaboradores.
Para os próximos anos, os funcionários esperam que os principais impulsionadores da sustentabilidade sejam o aumento da eficiência e produtividade (50%) e os objetivos de ESG e emissões líquidas zero (49%) nos próximos 12 a 18 meses. Já no período de três a cinco anos, avanço da inovação sustentável (32%) e fortalecimento da reputação da marca (25%) devem se tornar os principais motores da agenda sustentável nas empresas.