Gigantes como a Saudi Aramco, ExxonMobil, Shell, e até a Petrobras estão na lista das empresas de combustíveis fósseis responsáveis por gerar mais de 20 bilhões de toneladas de CO², o que corresponde à metade das emissões globais de carbono. O relatório é da Carbon Majors criada em 2013 e relançada em 2024 como uma plataforma online, com atualizações anuais sobre as maiores emissões de CO2 e metano do mundo. O banco de dados reúne informações sobre a produção histórica de grandes empresas de petróleo, gás, carvão e cimento. A partir dessas informações, é possível calcular as emissões operacionais e as emissões decorrentes da combustão dos produtos comercializados.
Os pesquisadores afirmam que os dados de 2023 responsabilizam as 36 empresas de combustíveis fósseis por sua contribuição ao aquecimento global. Versões anteriores do relatório anual foram usadas em processos judiciais contra empresas e investidores. Se a Saudi Aramco fosse um país, ficaria em quarto lugar entre os maiores poluidores, atrás apenas de China, EUA e Índia, enquanto a ExxonMobil é responsável por aproximadamente as mesmas emissões que a Alemanha, o nono maior poluidor do mundo, de acordo com o estudo.

As empresas listadas, que incluem ainda estatais como a China Energy e Gazprom, dominam as emissões com o carvão sendo a principal fonte (41%), seguido por petróleo (32%) e gás (23%). Os dados históricos indicam que dois terços das emissões de carbono desde a Revolução Industrial vêm de 180 empresas, com muitas delas ainda operando. O estudo alerta para a necessidade e a urgência de uma ação governamental para enfrentar a expansão dos combustíveis fósseis e mitigar a crise climática.

Apesar da meta global de reduzir as emissões em 45% até 2030 para limitar o aquecimento global a 1,5 °C, as emissões continuam a crescer. A Agência Internacional de Energia alerta que novos projetos de combustíveis fósseis após 2021 são incompatíveis com o objetivo de emissões líquidas zero até 2050. A ex-chefe da ONU sobre mudanças climáticas, Christiana Figueres, enfatiza a necessidade de reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e avançar para um sistema econômico descarbonizado.