Entre janeiro e setembro de 2024, o Brasil registrou um pico de 6,5 milhões de pedidos de demissão. O recorde, bem acima do que foi registrado em 2023 e 2022, foi apresentado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e acendeu um alerta para empresas e suas lideranças. O estudo mostrara que 4 em cada 10 empresas perderam talentos. Mas afinal, por que os brasileiros estão pedindo demissão?
O X da questão
Entre os perfis de profissionais que mais pedem demissão, destacam-se os jovens entre 18 e 24 anos, que representam 30% dos casos em 2024. Esta faixa etária busca mudanças de carreira ou empreende, refletindo uma maior mobilidade e desejo de autonomia profissional. Os principais motivos apontados para as demissões voluntárias envolvem, primeiramente, propostas mais atraentes de outras empresas. Receber uma oferta vantajosa é o principal motivo para a perda de talentos. Além disso, a falta de oportunidades de crescimento dentro da organização também é um fator importante, sendo citada por cerca de 40% dos profissionais de recrutamento em 2024. A remuneração insatisfatória é outro aspecto significativo, já que muitos profissionais buscam novas oportunidades devido a salários abaixo da média. A ausência de reconhecimento profissional também contribui para as demissões, com muitos colaboradores se sentindo desvalorizados. Outras questões que influenciam a decisão de pedir demissão são o estresse no ambiente de trabalho e práticas éticas questionáveis, que impactam negativamente o bem-estar dos trabalhadores.
O impacto da rotatividade nas empresas
De acordo com outra pesquisa da Robert Half em parceria com dados do CAGED, o Brasil registra uma taxa de 56% de rotatividade entre profissionais, liderando o ranking mundial nesse aspecto. A alta rotatividade de funcionários tem um impacto considerável nas empresas, resultando em aumento de custos com recrutamento, treinamento e integração de novos colaboradores. Além disso, a saída de profissionais experientes pode acarretar a perda de conhecimento crítico, prejudicando a continuidade e o crescimento das operações. A constante mudança de pessoal também afeta a moral da equipe, o que pode diminuir a produtividade e aumentar a insatisfação entre os demais colaboradores.
Estratégias de sucesso
Para lidar com esses desafios, as empresas podem adotar diversas estratégias para reduzir a rotatividade. Investir no desenvolvimento de carreira dos funcionários é uma forma eficaz de aumentar a satisfação e a retenção. Além disso, revisar as políticas salariais, garantindo que as remunerações sejam compatíveis com o mercado, pode ser essencial para manter os talentos. Fomentar um ambiente de trabalho saudável e uma cultura organizacional positiva também é crucial para o bem-estar dos funcionários. Por fim, reconhecer e valorizar o desempenho dos colaboradores por meio de programas de reconhecimento e recompensa pode aumentar o engajamento e a lealdade da equipe. Ao entender os fatores que influenciam as demissões e implementar medidas eficazes, as empresas podem reduzir a rotatividade e garantir um ambiente de trabalho mais estável e produtivo.